A pancreatite em cães é uma doença grave e que deve ser identificada rapidamente para tratamento precoce.
É caracterizada pela inflamação da porção exócrina do pâncreas com envolvimento, ou não, secundário do estômago, intestino delgado e fígado. Os sinais clínicos, geralmente inespecíficos, manifestam-se de forma aguda como: dor abdominal intensa e vômitos e resultam da incapacidade de ação das pró-enzimas em degradar gordura, carboidratos e proteínas.
A etiopatogenia ainda não é totalmente compreendida mas sabe-se que alguns fatores estão associados a obesidade, lipemia, indiscrição dietética (alimentos muito gordurosos), infusão de cálcio, hipotireoidismo, diabetes mellitus, doença biliar concomitante e também a predisposição racial.
A dosagem de amilase e lipase para o diagnóstico ao longo dos anos se mostrou ineficiente para o diagnóstico de pancreatite em cães, o que fez com que novas metodologias para seu diagnóstico fossem empregadas. Atualmente o exame ultrassonográfico de abdômen realizado por um profissional experiente é o método preterível para seu diagnóstico, seguido pela dosagem da lipase imunorreativa canina. O emprego mútuo das duas técnicas diagnósticas sem dúvidas é uma excelente estratégia para melhor diagnóstico.
O tratamento baseia-se na correção hidroeletrolítica, controle da êmese e da dor, podendo ou não fazer o uso de antibioticoterapia, a depender da causa, gravidade e envolvimento bacteriano. O uso de jejum alimentar é uma estratégia em desuso, já que é importante fornecer alimento à fim de nutrir os enterócitos e prevenir a atrofia das vilosidades intestinais, sendo preterível alimentos com baixo teor de gordura fracionado de sete a oito vezes ao dia.
O Dr. Maic Nésio Abreu é graduado em Medicina Veterinária pela FEAD. Pós-Graduado em Clínica de pequenos animais pelo Instituto Qualittas e Pós-Graduado em Gastroeneterologia de cães e gatos pela ANCLIVEPA (SP). Atua no atendimento especializado de gastroenterologia de cães e gatos. Além de endoscopia e/ou colonoscopia. Entre em contato.